Mais Perto do Céu
Há décadas os lixões tem sido um grande problema no Brasil, mesmo já tendo data marcada para acabar. Estima-se que mais de 46 milhões de pessoas, vivam em locais sem gerenciamento adequado de lixo, e mais de quinhentas mil dependem exclusivamente da revenda de lixo reciclável para pôr o pão em cima da mesa. Desde antes do início da pandemia, já passamos por uma situação de empobrecimento da população, que ficou ainda pior depois do Covid-19. o queresultou em um aumento significativo no número de pessoas em busca da sobrevivência em cima das rampas do lixão de Pacajus.
Ali na parte mais elevada da cidade durante esse período o fotógrafo retratou suas vidas e suas lutas. Tendo em vista a ampla variedade de experiências humanas presentes, buscou construir uma relação de diálogo que possibilitasse quebrar as barreiras, E entender os desafios de ter de existir entre o sonho de um futuro sustentável e a realidade da desigualdade social. Onde até mesmo o próprio processo de transformação dos lixões em aterros sanitários, acaba por muitas vezes criando mais exclusão. Removendo do debate os próprios trabalhadores já desgastados pelos processos políticos. Sem nenhuma alternativa, muitos têm um futuro incerto pela frente.
A série “mais perto do céu” nasceu quando o fotógrafo se juntou aos esforços de uma rede de voluntários para fornecer segurança alimentar e serviços básicos para mais de 60 famílias que vivem e trabalham no lixão local. O que se desdobrou mais tarde através deste esforço conjunto na concretização de um curso profissionalizante de corte e costura gratuito para as mães de família da comunidade. Devido a alta demanda de profissionais da área no município isto chega como um alento para as famílias em situação de risco, mais não muda completamente a realidade. Para uma reviravolta verdadeira em um problema tão estrutural somente uma mudança sistemática seria suficiente.
Estréia da exposição em junho de 2021:
Alunas do curso de corte e costura em novembro de 2021: